20 de nov. de 2012

VULCÕES OU FLORES


Porque eu creio que há o mal,
É que irei praticar e me fortalecer no bem.
Por saber o valor do Amor
Devo propagar seu calor.
Pra quem se refugia na sombra do vulcão,
Peço que se prepare para as inevitáveis cóleras de fogo em cada violenta erupção.
Pra quem prefere guarnecer e fazer sombra para um broto,
Ao ver seu florescer terá prazer em dobro,
Por compartilhar do nascer da Vida,
Então terá no carinho a satisfação do seu esforço.
E verá que todo esforço ainda é pouco.
Como se pode ver,
Enquanto uns descansam em chamas,
Outros trabalham a Beleza do Amor,
E todo mundo colhe o que plantou.
Assim eu levo os frutos das minhas ações aonde eu for.
A diferença será o que terei em minhas mãos na hora da dor,
O que terei para pôr na ferida,
Brasa árdua ou pétalas amiga?
Esta escolha é a base da minha vida.
Nesta escolha defino a minha entrada,
O meu caminho,
E a minha saída.


(Marteluz de Jesus, 29812)

19 de nov. de 2012

olhos para ver

Tem olhos para ver o que está pensando?
 Já pensou por que pensa isto?
De que valem estes sentimentos?
Se muitas vezes somos conduzidos por desejos,
N'alguns momentos é a razão que tememos,
Pois ela nos coloca de volta em nosso lugar,
Seco, as vezes frio,
As vezes medo.
Então muitos estão se trombando por aí,
Guiados pelo desejo de ir.
Mas se esquecem ou não percebem que o desejo é cego.
Razão leva em consideração os três tempos.
Coração só julga pela sensação.
Então, Pelo bem da nação,
Razão tem que prevalecer.
 Olho tem que ver.
E sentimentos devem alertar.
A história não se dá ao Deus dará,
São as escolhas que dirão aonde chegar.
Escolha da razão, do coração,
Ou feita em conjunto pela situação.
Ninguém é dono de si.
Pois a vida e as emoções sempre estão a interferir.
A razão tenta se equilibrar,
Para junto com o coração pela vida andar.

 Marcelo de Jesus, 15/11/12

24 de mai. de 2012

tonto coração

Aquela canção que eu não terminei era ternura,
criatura era um amor
em flor um mar de fantasia jubileu de alegria,
depois do fim do dia apenas um cálice
na platéia verdades insólitas para solidão agora,
em passos despedaçados
 um quebra-cabeças sem lógica esvanecidas
palavras lançadas no vento em vôo de barata deslambida
na perna torta de um garrincha
na maquiagem de uma marina
um deslembrado canto blues tonto coração,
que não vive sem ilusão

 Beto Matos

Pelas pontas

Deixo me ir, pois vôo seguindo certo as linhas tortas do meu Deus-escritor.
Na ponta do lápis, fazendo as contas, das horas que faltam, pra cair no samba, na ponta do pé.
 De ponta de pé ou de ponta-cabeça, ver o mundo cercado com hipocrisia.
De bicho-de-pé, minha agonia veste fantasia, ultraje mascarada para aparições,
quase verdadeiras. para mudança: rei do faz-de-conta, pelas pontas da próxima delegacia.
Viva a nossa prospera democracia!!!

 Beto Matos

8 de mai. de 2012

Sobre o Perdão:

O perdão, Minha Comadre, Confundem com esquecer O fato, a causa, a ofensa, Que o outro veio a fazer. Mas creio profundamente: Pra perdoar totalmente, É só lembrar sem sofrer! É só a mão estender É só apertar outra mão, É só lembrar que o outro É nosso par, nosso irmão. Não somos Deus, pra julgar, E o nosso irmão condenar Nunca foi nossa missão! Se eu estou com a razão, Ela fica do meu lado. No entanto, quando eu erro, O fato está consumado. O melhor é perdoar, Pois o dia há de chegar De eu também ser perdoado!!! Compadre Lemos

3 de abr. de 2012

Céu e Mar

Há tanto azul em mim,
mas tanto azul...
que durmo céu
e acordo mar...

Elcio Tuiribep

24 de jan. de 2012

As maos soterradas
na maresia do verbo,
cores sem lei nem governo e
uma certa celebraçao ao buraco do tempo.
A pincelada escura no músculo do ombro esquerdo,
o nascimento da tinta ressequida
em meio as fábulas,
ao vídeo,
ao vácuo.
Se o artista se adianta muito
basicamente é lírico,
se se perde, com o rosto cantando à beira do abismo,
o sabor da dor é carniça!

Miriam Costa

3 de jan. de 2012

ócio-osso

ahh seu cachorro vagabundo
que dizem ser o príncipe das trevas
sai pra ladrar toda madrugada
despedaçando o sossego, seus uivos maldosos
guia as sombras curvas à rua deserta
sabes sempre o caminho de casa

ahh seu cachorro safado
atrapalhado anda atrás das namoradas
cheirar fezes frescas e um poste pra urinada
desocupado até achar um cio, osso
carpir vacilos de outros, vagabundos

se uma donzela inocente se apresente
baixa a guarda e recolhe os dentes
dá a pata e se desarranja doido
faz-se bobo com a língua à mostra
tudo por um pedaço de biscoito
mesmo um banho de perfume, desgostoso

mas quando a recompensa lhe falta
sai à agourar gatos e a passarinhada
volta à lama e desenterra a carniça
se esfrega e rola feito lombriga
vai se exibir sórdido fedorento

Beto Matos